Eu sempre fui feliz, vivendo só sem ter amor,
Mas o destino quis roubar-me a paz de sonhador
E pôs no sonho meu um olhar de ternura
De alguém que, mesmo em sonho, roubou minha ventura
Sonhei com esse alguém noites e noites sem cessar
Por fim, alucinado, fui pelo mundo a procurar
Aquele olhar tristonho da cor do luar
Mas tudo foi um sonho, pois não pude encontrar
Mas na espinhosa estrada desta vida, sem querer, um dia
Encontrei com esse alguém que tanto eu queria
Esse alguém que, mesmo em sonho
Eu amei com tanto ardor não compreendeu a minha dor
Fui inspirado então na ingratidão de quem amava tanto
Que fiz esta triste valsa, triste como o pranto
Que me mata de aflição, bem sei que esta valsa será
A minha última inspiração.